Il Divo-o Concerto propriamente dito!

Os Il Divo abriram o concerto, dizendo que nos amavam (Yo te amo, si te amo, quanto te amo!"). Sem dúvida que é melhor frase para conquistar o público...feminino. O quarteto soava afinado,porém, infelizmente, quando cantavam em conjunto, soavam demasiado estridentes, não por culpa deles, mas por culpa dos engenheiros de som deste tipo de eventos, que entendem que qualidade sonora é sinónimo de muitos decibeis. O mesmo se passava com a orquestra/banda. O som em geral era agressivo, com um claro predominio dos sons graves e da bateria. O momento dos solos da orquestra quase que me estoirou com os ouvidos, pelo que suspirei de alivio quando os cantores reentraram em palco. Não obstante, a meio do concerto sentia zumbidos nos meus ouvidos, pelo que já não conseguia apreciar a música devidamente. Porquê este exagero sonoro num recinto fechado? Se ainda fosse num estádio muito aberto, como o estadio do Jamor, ainda se entendia, mas no pavilhão Atlantico não se entende. Um quarto deste volume sonoro teria sido mais que suficiente para as pessoas da ultima fila do balcão nível 2 escutarem tudo perfeitamente. Quanto ao alinhamanento musical, houve naturalmente Mariah Carey, Frank Sinatra, entre outros êxitos. Para mim, uma das melhores canções da noite foi "You raise me up", uma canção baseada numa melodia popular irlandesa, acompanhada por um coro de gospel, que não percebi onde é que estava (só apareceram no ecrã gigante, e penso que teria sido mais apoteótico vê-los em palco). Com o aproximar do fim, os Il Divo, após cantarem "A mi manera" (não foi à minha maneira,foi à deles) fizeram uma falsa partida, e despediram-se sem cantar "Regressa a mi". Claro que sabia que o concerto não podia acabar sem o êxito que os tornou mundialmente famosos, por isso esperei confiante no seu regresso, enquanto outras pessoas batiam com os pés (ok, pronto, eu também bati, mas era para não destoar dos outros). Lá acabaram por voltar e nos brindar não só com "Regressa a mi", como também com "West Side Story", como forma de dizerem que nos voltariamos a ver "Somehow, someday, somewhere". Eu digo-lhes como, quando e onde os gostaria de voltar a ver,e assim termino o meu relato:

"As a guest singer,next year, at a concert in Estadio de Alvalade. What do you say?"



PS: Já faltava a foto, não é? Tomem lá uma foto do meu "Ursinho" favorito, hi hi!

New artistic pictures, coming soon...

"Darling, always from above!"

Remember what aunty Joan said: "Darling, always from above!"

Esta tia Joana era nada mais nada menos que Joan Sutherland, e quem se referia a ela com esta "intimidade" era Tom Krause, o famoso baixo-barítono filandês com quem tive o prazer de trabalhar num curso de aperfeiçoamento promovido pela Fundação Gulbenkian.
Quero deixar primeiro que tudo os meus elogios e agradecimentos a Tom Krause, que partilhou connosco durante uma semana os seus conhecimentos, a sua já longa experiência de carreira e de vida e que, com orgulho, citava muitas vezes os professores e colegas cantores com quem foi trabalhando ao longo tempo (algo que os cantores nem sempre se orgulham de fazer..). Trabalhar com ele e vê-lo a trabalhar com as outras pessoas foi uma experiencia muito enriquecedora e uma lição, não apenas de Canto, mas de vida. Foi espantoso ver como uma pessoa, aos 73 anos,pode ainda ter tanta energia , e tanta voz (e que voz!!!).
Quero também elogiar e agradecer à Fundação Gulbenlkian por ter promovido um curso com uma tão proeminente figura da Ópera no Mundo a um preço tão em conta. No total, aquilo que todos os alunos e ouvintes pagaram não deve ter dado nem para pagar o Hotel do Srº, logo a Fundação pagou do seu bolso (e com certeza já estavam a contar com isso) para que alguns jovens aspirantes a cantores pudessem ter uma oportunidade de investir na sua carreira, e isto é de algo de louvar (só lamento que não me tenham informado que, como membro do Coro Gulbenkian, eu podia ter pago metade do valor, mas pronto, faz de conta que fiz um pequeno, e merecido, contributo à Fundação). Fico agora a aguardar que a Fundação continue a promover mais cursos nesta àrea, com Tom Krause novamente, ou outros professores igualmente brilhantes.

It was great working with you, Mr Tom Krause, and I hope you will return to Gulbenkian as soon as possible, while you have the health and the streght to fullfill our souls, as well as our voices.