Vintage Lady @the piano, by Edgar Keats 

Uma Diva num concerto de Rock'n'Rolling Stones

Mensagem escrita a 26/6/2007-Somewhere in the future!


Pasmem-se as vossas almas, que a minha também ficou pasmada. Cinco dias após ter visto o concerto de um quarteto de meninos jovens e bonitos,que cantam uma espécie de pop lírica, fui levada ao concerto do quarteto dos dinossauros do rock'n'roll. Desta vez não precisei de malabarismos para arranjar bilhete, pois ele foi-me gentilmente oferecido. Confesso que, embora seja apreciadora de rock com alguma "antiguidade",nunca fui fã dos Rolling Stones. Apreciava uma ou outra canção, mas nunca me esforcei para conhecer a obra dos Stones no seu todo. Por isso, não é de admirar que me sentisse desenquadrada no meio de pessoas de todas as idades (desde os já habituais quarentões até crianças que ainda mal largaram as fraldas), que pulavam e cantavam exaltuntates os êxitos da banda. Não obstante, aceitei ir ao concerto, nem que seja para um dia poder dizer aos meus filhos e netos que estive num concerto dos lendários Rolling Stones. Infelizmente, ainda não foi desta que fui brindada com uma qualidade sonora que me enchesse as medidas, em vez dos ouvidos. Os zumbidos voltaram a perturbar-me durante e após o concerto, sendo que desta vez até sucedeu eu experimentar uma ligeira surdez do ouvido direito logo que o concerto acabou. Das duas uma: ou eu tenho ouvidos altamente sensíveis ou a maioria das pessoas, inclusivé os engenheiros de som e os artistas em palco, são meios surdos( ou ficaram surdos como resultado de anos de exposição a muitos decibeis). A contrastar com o barulho, um agradável cheiro a folhas de eucalipto queimado tentava me transportar para a pacatês do campo. De onde vinha o cheiro, não sei, mas desconfio que Keith Richards estivesse a encetar mais uma das suas novas experiências tabágicas.


Um dos bons momentos da noite foi o dueto de Mick Jagger com a fadista Ana Moura, a cantar num registo mais agudo que o habitual, possivelmente devido à excitação de se estar a esfregar a Mick Jagger (no sentido literal do termo). O momento teria sido fantástico, se a voz de Ana Moura não estivesse tão distorcida, por culpa de uma combinação de "voz grande" com"decibeis a mais". Um outro momento feliz foi outro dueto de Jagger, desta vez com uma das suas coralista, uma desconhecida Lisa Fisher com uma voz digna de uma Aretha Franklin,e que se calhar merecia ter tido mais atenções, pois o público adorou-a. Uma (de entre muitas!) das canções que eu desconhecia,mas que me surpreendeu pela positiva foi "Paint it black", com as suas agradáveis melodias de inspiração árabe. No fim do concerto acabei por sair,um lado,um pouco desiludida, porque não ouvi "Angel", a minha canção favorita dos Stones, por outro lado, surpresa, com a energia que 4 homens que já passaram dos 60 anos,e que já consumiram muitas "porcarias"(e ainda consomem,que o diga Keith Richards!) conseguem ainda ter. Pode ser que voltem a Portugal, e desta vez me brindem com Angel...espero eu,senão não vou!

As palavras não me ocorrem...

...por isso decidi encher o meu blog de imagens, que afinal, sempre valem mais que mil palavras.

"Vintage voice,teenage laughs", by Mr Keats